Por que bispos americanos querem impedir Biden de comungar

Quando Joe Biden assumiu a presidência dos Estados Unidos, em janeiro deste ano, ele se tornou apenas o segundo católico em toda a história americana a ocupar o cargo. O primeiro havia sido John Kennedy, que governou o país de 1961 a 1963.

Mas enquanto muitos católicos celebraram a vitória de Biden, sua presença na Casa Branca gerou o que alguns bispos americanos descrevem como situação “difícil”: Biden apoia o direito ao aborto, que é legal nos EUA, mas condenado pela Igreja Católica.

O papa Francisco e Joe Biden, que na época era vice-presidente dos Estados Unidos, em foto de setembro de 2015, durante visita do pontífice a Washington
Essa postura levou parte da liderança da Igreja americana a propor que Biden — um católico fervoroso, que vai à missa todos os domingos, costuma citar passagens bíblicas e o papa Francisco em seus discursos e já afirmou que sua fé católica serve como “âncora” – e outros políticos que defendam o direito ao aborto sejam impedidos de receber a comunhão.

O debate vem gerando divisões e voltou a ganhar atenção nesta semana, com uma reunião virtual da Conferência dos Bispos Católicos dos EUA (USCCB, na sigla em inglês) na qual o principal tema em discussão é o significado da Eucaristia e como abordar a situação de políticos católicos pró-aborto.

Os 280 bispos com direito a voto deverão decidir se devem pedir à Comissão para Doutrina (que aconselha em questões ligadas à fé e moral) a elaboração de um documento esclarecendo quem pode receber a comunhão e as circunstâncias em que o sacramento pode ser negado.

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