Por que Vaticano ataca lei anti-homofobia na Itália

Não é nada simples explicar a relação umbilical da Igreja Católica, cuja sede geográfica, política e espiritual fica em uma área de 44 hectares no coração de Roma, com o próprio Estado italiano. Essa amálgama costuma ser lembrada — e reverberar socialmente — em episódios como o ocorrido nos últimos dias.

No dia 17, o arcebispo Paul Gallagher, secretário do Vaticano para Relações com os Estados — posto equivalente ao de um ministro das Relações Exteriores —, remeteu uma carta para a embaixada italiana na Santa Sé questionando um projeto de lei que criminaliza a homofobia e a transfobia, em tramitação no governo italiano.

Papa Francisco
Idealizada pelo deputado Alessandro Zan, do centro-esquerdista Partido Democrático, o projeto foi aprovado pela Câmara dos Deputados no ano passado e agora enfrenta resistência, no Senado, de políticos mais conservadores.

A nova lei pretende incluir homofobia e transfobia na mesma tipificação do código penal italiano que pune violência e discriminação por motivos religiosos, étnicos e raciais.

Segundo fontes do Vaticano, Gallagher afirmou que o projeto, se aprovado, violaria a Concordata — termo firmado entre a Igreja e o governo italiano, originalmente entre o papa Pio 11 (1857-1939) e o líder fascista Benito Mussolini (1883-1945), depois revisado e ajustado em 1984.
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